sábado, 23 de junho de 2018


GEOGRAFIA – 8º ANO 

PERCURSO 5 – Origens e bases do mundo global.

 

1 – Nunca estivemos tão próximos

Globalização: corresponde à crescente interdependência econômica entre as diversas nações do planeta.
A globalização passa a ideia de que estamos vivendo em um mundo marcado pela intensificação das relações sociais mundiais.

 

2 – Como tudo começou: as economias-mundo

Até o século XV, o meio natural limitava as relações econômicas e culturais entre os povos. Dessa maneira, o isolamento e a autossuficiência econômica eram condições comuns à maioria dos povos.
Até o século XV, a Terra abrigava cinco economias-mundo: Europa, China, Índia, África Árabe e América.

3 – As quatro fases da globalização e o sistema-mundo

a) Primeira Fase

Grandes navegações marítimas; Busca de metais preciosos e especiarias; Avanços técnicos de navegação.

b) Segunda Fase

Entre a segunda metade do século XIX e o fim da Segunda Guerra Mundial.
Expansão da dominação política, econômica e militar europeia sobre a Ásia e a África (impérios coloniais).
Expansão das ferrovias, uso dos automóveis, aviões, telégrafos, telefones e rádios.

 

 

 

c) Terceira Fase

Entre 1945 e 1989 (Guerra Fria)
Capitalismo (EUA) x Socialismo (URSS)
Avanços tecnológicos na informática, nas telecomunicações e nos transportes.

d) Quarta Fase
Desde a última década do século XX (fim da Guerra Fria)
Avanço do capitalismo em direção aos países que adotavam o socialismo.
Os avanços tecnológicos provocaram grandes mudanças na produção e na circulação de mercadorias, nos
transportes de cargas e passageiros, na difusão de bens culturais e de artigos de consumo.

4 – Transportes e telecomunicações: os motores tecnológicos da globalização.
Nas últimas décadas, os transportes se modernizaram, tornando-se mais rápidos e mais baratos, intensificando
os deslocamentos de pessoas e mercadorias.
Os avanços tecnológicos na informática permitiram que os fluxos de informação se tornassem cada vez mais
intensos e velozes.






PERCURSO 6 – A economia global.

O que é globalização?
Podemos dizer que globalização é um processo econômico e social que estabelece uma integração entre os países, empresas e pessoas do mundo. Através deste processo, as pessoas, os governos e as empresas trocam ideias, realizam transações financeiras e comerciais e espalham aspectos culturais por todo planeta.

1 – Fluxos de mercadorias: o comércio global desigual.
Na atual fase da globalização, tem-se observado um extraordinário crescimento do comércio internacional.
A melhoria e a diminuição dos custos dos transportes, o crescimento populacional e o aumento do rendimento das famílias foram fatores que estimularam o crescimento do comércio internacional.
O comércio internacional apresenta desigualdades marcantes.
Europa Ocidental, América do Norte (EUA e Canadá) e parte da Ásia representam os três principais polos da economia mundial.
Essas três áreas apresentam grande capacidade de produção e de consumo. Além disso, possuem barreiras comerciais que impedem a entrada de produtos mais baratos, vindos de países subdesenvolvidos e emergentes.

 

PROTECIONISMO

Sistema de proteção da economia de um país, caracterizado por leis que proíbem ou inibem a importação de produtos, por meio da cobrança de impostos sobre produtos estrangeiros.
Protege a economia por meio de barreiras alfandegárias.

OMC (Organização Mundial do Comércio)
É uma organização criada com o objetivo de supervisionar e liberalizar o comércio internacional.
Estabelece as regras do comércio entre as nações. 

 

TRANSNACIONAIS

São empresas com alto nível de organização que atuam dentro e fora do território de seu país de origem, por meio de filiais espalhadas pelo mundo.
As empresas transnacionais são atraídas pelos países subdesenvolvidos e emergentes em razão dos seguintes
fatores:
Disponibilidade de matéria-prima e mão de obra baratas.
Leis ambientais menos rigorosas.
Incentivos fiscais oferecidos.

2 – A fábrica global e a nova divisão internacional do trabalho.
As transnacionais são responsáveis por uma nova forma de produção, chamada de: fábrica global.
Forma descentralizada de produção.
Fortalecimento dos fluxos financeiros.

DIVISÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO (DIT)

Os países ricos fornecem produtos industrializados de tecnologia de ponta e os países pobres fornecem produtos
primários e mão de obra barata.
A DIT contribui para aumentar, ainda mais, as desigualdades econômicas entre os países ricos e pobres.
Os países ricos possuem economias avançadas, vivem em pleno vapor a Terceira Revolução Industrial e estão substituindo sua força de trabalho desqualificada por máquinas, já os países pobres, só tem duas coisas a oferecer: matérias-primas e mão de obra barata, dois elementos que perdem valor a cada dia

 

DESEMPREGO

DESEMPREGO ESTRUTURAL:
Substituição da mão de obra humana pela máquina. Ocorre uma redução definitiva dos postos de trabalho em
razão da modernização da estrutura produtiva.
Uma crise econômica força o trabalhador a ser demitido. As demissões são temporárias e os empregos voltam quando a crise é superada.

 

DESEMPREGO FUNCIONAL:
O desemprego funcional é aquele gerado pela substituição do homem pela máquina. A automação da indústria e escritórios acabam alterando a quantidade de pessoas, para menos é claro, no ambiente profissional.
Uma crise econômica força o trabalhador a ser demitido. As demissões são temporárias e os empregos voltam quando a crise é superada.


Transportes e telecomunicações: os motores tecnológicos da globalização.
Nas últimas décadas, os transportes se modernizaram, tornando-se mais rápidos e mais baratos, intensificando os deslocamentos de pessoas e mercadorias.
Os avanços tecnológicos na informática permitiram que os fluxos de informação se tornassem cada vez  mais intensos e velozes.





Globalização e Meio Ambiente
Os debates internacionais sobre meio ambiente
        Depois da II Guerra Mundial os problemas ambientais se tornam mais visíveis:
-            Aumento da população mundial;
-            Difusão dos padrões de consumo;
-            Rápida industrialização e urbanização das sociedades;
        Consequência: crescente uso dos recursos naturais.

1972: Conferência sobre Meio Ambiente Humano, em Estocolmo (Suécia)
-                 Organizado pelas Nações Unidas
-                 Participação de 2 conjuntos de países:

1. Países desenvolvidos
Defendiam a necessidade de controlar o crescimento econômico de base industrial.
Eram considerados poluidores e consumidores de recursos não renováveis.








2. Demais países
Interpretavam a proposta como uma tentativa de impedir sua industrialização e a preocupação com o meio ambiente não poderia impedir seu crescimento econômico.
2002: Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável
-                     Johanesburgo, África do Sul.
-                     Estabelecimento de metas quanto ao uso de energia renováveis.
ü    Participaram 195 países.
ü    Fortalecimento de compromissos políticos.
ü    Balanço do Rio + 10.
ü    Foram adotados dois (2) documentos chave:
- Declaração de Joanesburgo sobre Desenvolvimento Sustentável.
- Plano de Implementação – 30 objetivos a alcançar no futuro: Água, Energia, Saúde, Agricultura e Biodiversidade.

      Rio +20







Percurso 7 e Percurso 8
Globalização e meio ambiente

Crises e desigualdade no mundo global

Globalização e o consumo desigual dos recursos

- Enquanto muitos países subdesenvolvidos lutam para enfrentar problemas sociais e se enquadrarem no comércio internacional, os países desenvolvidos concentram riquezas e alto nível de consumo. Por isso costuma-se dizer que a Globalização é Assimétrica
- Países da OCDE totalizam 21% da população mundial; 24% do território mundial; 75% do consumo energético mundial; 73%do comércio mundial; consomem 90% dos minérios e 75% dos minerais; além de possuírem 78% dos veículos e consumirem 76% da madeira comercializada. 

Quem consome mais os recursos?

- Enquanto isso cerca de 1 bilhão de pessoas da África consomem 20% da energia mundial. É menos que o EUA. Um europeu utiliza de 10 a 30 vezes mais energia que um africano, por exemplo. Um americano consome 24 vezes mais energia que um indiano e 102 vezes mais que um cidadão de Bangladesh.






Globalização e o meio ambiente

- Há pelo menos 2 séculos estudiosos alertam sobre o problema.
- O processo de Globalização, principalmente em sua 2ª fase (pós 2ª Guerra Mundial) acelerou muito o consumo dos recursos naturais.
- Foram realizadas algumas conferências mundial sobre meio ambiente durante esses anos:
- Conferencia sobre Meio Ambiente Humano (1972) em Estocolmo na Suécia;
- em 1992 no Rio de Janeiro aconteceu a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (Rio-92, desenvolvimento sustentável);
- 2002 aconteceu a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável em Johanesburgo na África do Sul (Rio+10)

Os principais problemas que ainda persistem são a degradação do solo; as queimadas; escassez de recursos hídricos; e a ameaça à biodiversidade.

Degradação do Solo
- é quando o solo se torna inviável para o uso, ocorrendo uma diminuição de seus nutrientes.

Fatores causadores:
- desmatamento, facilitando a erosão laminar ou superficial (formação de Voçorocas).
- despejo de resíduos industriais no solo.
- uso de maquinas pesadas e excesso de animais na pastagem, o que ajuda a compactar o solo.
- etc...



Queimadas

- podem ser voluntarias ou involuntárias, porém são grande preocupação para os estudiosos.
- trata-se de um método usado por agricultores para se abrir pastagem.
- elas acabam destruindo a camada superficial do solo acelerando o processo de desgaste.
- além disso, é um dos fatores causadores do aumento do 

Efeito Estufa, e destruidor de hábitat natural de várias espécies.

Escassez de recursos hídricos
- muito desse problema se dá pelo aumento da demanda por esse recurso.
- fatores como: o crescimento demográfico; o desenvolvimento industrial; e a expansão agrícola irrigada; ajudaram em muito.
- estimativas nos mostram que até 2050 a demanda por água aumentará em 18% enquanto os recursos hídricos apenas diminuem.
- soma-se a isso a desigualdade de consumo: enquanto uma família de classe média no EUA consome 2 mil litros por dia, na África o consumo é de apenas 150 litros.
- além disso estima-se que 50% dos rios do mundo estejam poluídos, além do que 70% da água seria utilizada para a agricultura de irrigação.

Biodiversidade em Perigo
- na Rio-92 foi estabelecida a Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) que orienta a conservação da biodiversidade e utilização sustentável do recurso genético.
- o desmatamento; a exploração madeireira; construção de barragens, exploração mineral; e o
desenvolvimento urbano;
são fatores causadores da extinção de muitas espécies
- o Índice Planeta Vivo nos mostra que a abundância de espécies tenha diminuído 40% de 1970 a 2000.
Muitas dessas causas da de poluição e destruição do meio ambiente, acarretam numa maior intensidade do Efeito Estufa no planeta.

Entre os principais efeitos são:
- Degelo dos polos, o que acarreta aumento do nível do oceano.
- Alteração no regime de chuvas, com sérios impactos agrícolas e aumento de desastres naturais.
- Inundações, tanto nas cidades como no campo.
Estima-se que os impactos dessa mudança de clima seja maior para os Países Subdesenvolvidos.
O que nos parece injusto, uma vez que a maior parte dessa poluição vem dos países desenvolvidos.
Contudo os países subdesenvolvidos, nos últimos anos tem tido níveis de emissão parecidos com os dos países desenvolvidos, devido a ida das grandes transnacionais para os países em que o custo de produção fica mais barato.
Porém, os países que mais investem em alternativas para esse quadro, são os subdesenvolvidos, caso do Brasil.

quarta-feira, 19 de julho de 2017

O CONTINENTE AFRICANO - CONTEÚDO


O CONTINENTE AFRICANO
PERCURSO 25 – O MEIO NATURAL
Extensão: 30.216.362 km² - Terceiro maior continente em extensão territorial, superado apenas pela Ásia e pela a América.
            A maior parte do seu território encontra-se na zona intertropical, ou seja, entre os trópicos de Câncer e Capricórnio, o que explica o fato de o território africano apresentar elevadas temperaturas durante o ano todo.

LIMITES
Ao norte, o mar Mediterrâneo; ao sul, o encontro dos oceanos Atlântico e Índico; a leste, o mar Vermelho e a oeste, o oceano Atlântico.

O canal de Suez liga o mar Mediterrâneo ao mar Vermelho. Foi construído pelos franceses e é considerado um ponto estratégico. O estreito de Gibraltar liga o oceano Atlântico ao mar Mediterrâneo. Também é considerado um ponto estratégico, da mesma forma que o Chifre da África, localizado no encontro do oceano Índico com o mar Vermelho, na costa leste da África, a Nordeste.

O relevo africano se caracteriza por apresentar-se bastante diversificado: montanhas, os planaltos, as planícies e as depressões.
Dentre as montanhas, destacam-se a cadeia do Atlas, ao Noroeste do continente e Drakensberg, ao Sul do mesmo. Além deles, temos outras unidades, como monte Quilimanjaro, ponto culminante do continente africano, o Quênia e outros.
Os planaltos demos o dos Grandes Lagos e da Etiópia. As planícies classificam-se em litorâneas: Atlântico, Índico e Mediterrâneo. Fluviais (às margens dos rios): Nilo, Níger, Congo, Zambeze, Limpopo e outros. As depressões destaca-se as do Hit Filly.

Desertos: Saara e Kalahari.

Clima: Em virtude de sua grande extensão no sentido Norte-Sul, o continente africano é “atravessado” por três paralelos, o implica dizer que o continente apresenta clima tropical e extratropical.
Equatorial: na parte central do continente, é quente e úmido, chuvoso durante o ano todo.
Tropical úmido: ao norte e ao sul do Equador. Tropical semi-úmido. Ao norte do Equador, localiza-se antes do Tropical úmido. Ao sul do Equador, após o Tropical úmido. Tropical semiárido e tropical árido (desértico). Temperado: Acima do Trópico de Câncer, ao Norte, e abaixo do Trópico de Capricórnio, ao Sul. Clima frio de montanhas, no topo das montanhas.

Vegetação: A vegetação é um reflexo do clima, portanto, quanto maior a umidade, maior a biodiversidade: formação vegetal, animal e solo. Classificação quanto o tipo de clima:
Floresta equatorial – clima equatorial. Floresta tropical – clima tropical úmido. Savana – clima tropical semiúmido. Estepes – clima tropical semiárido. Vegetação desértica – desertos. Vegetação mediterrânea – clima mediterrâneo. Vegetação de altitude – localizada no topo das elevadas
montanhas.
Hidrografia – A hidrografia é constituída pelo volume de água encontrado no continente, os quais são os rios, os lagos e o lençol freático (subsolo).
Principais rios: Nilo, Zambeze, Limpopo, Orange, Congo, Níger, Senegal, Gâmbia, Volta e outros.
Principais lagos: Vitória (nascente do Rio Nilo), ?Albert, Rodolfo, Tanganica, Niassa, Chade e outros.
Represa de Assuã – Lago artificial.
PERCURSO 26 – ÁFRICA EO IMPERIALISMO
O início da apropriação de territórios pelos europeus.
            A África já era conhecida pelos europeus desde a Antiguidade e Idade Média, porém só foi incorporada à economia-mundo a partir do século XV, através das Grandes Navegações. Um dos fatores que contribuiu para essa incorporação, foi o comércio de escravos para o Novo Mundo, a América, em especial para a América do Sul, onde estava sendo implantado o sistema de colonização de exploração, utilizando-se da mão de obra escrava negra para a agropecuária e a mineração. Tal sistema durou aproximadamente quatro séculos, havendo um tráfico negreiro de aproximadamente 10 milhões de escravos, sem levar em consideração os mortos no ato da capitura no continente e os mortos durante a viagem da África até a América, pois muitos não resistiam os maus tratos, a fome, a temperatura e outras mazelas.

A apropriação do território africano pelos colonizadores europeu ocorreu a partir do século XIX, com o desenvolvimento do Capitalismo Industrial, consequência da Revolução Industrial e a crescente necessidade de matérias-primas para sustentar o processo de industrialização.
Para efetivar a partilha do continente, oficializar, evitar brigas, disputas constantes por territórios pertencentes a outros colonizadores, realizaram a Conferência de Berlim, em 1884, onde ficou decido que o direito de posse dos países europeus sobre o território conquistado na África serias respeitado e reconhecido pelos demais e cada território ocupado teria uma autoridade representando o país conquistador. Tal conferência estabeleceu princípios ou regras para evitar conflitos entre as potencias colonialistas europeias na partilha do continente. Tudo isso aconteceu dentro de um contexto histórico do sistema econômico, o Capitalismo Comercial, pois a necessidade de uma maior produção de mercadorias, para atender uma demanda maior de consumo levou a uma nova fase do capitalismo comercial, o capitalismo industrial.
            A maior produção de produtos, a invenção de novas máquinas, novas fontes de energia e um novo estilo de vida, uma produção em grande escala e em série, ficou conhecida como Revolução Industrial.
Havia duas formas de apropriação do espaço colonizado, através do controle formal ou indireto – as feitorias, e através do controle formal ou direto – a colonização. Qual a diferença básica entre as duas formas? Nas feitorias não há domínio nem posse. O nativo produz e os comerciantes compram o que foi feito.Já no sistema de colonização a metrópole domina os nativos, toma posse do território, torna os nativos escravos ou colaboradores. A metrópole passa ater o domínio e a posse sobre o território e a população.
O sistema de colonização implantado na África foi denominado de neocolonialismo, pois procuraram evitar os erros cometidos na América. Tal sistema trouxe um grande impacto no espaço geográfico africano, proporcionando consequências consideradas positivas e outras negativas. Dentre as positivas podemos citar a implantação de ferrovias, experiência administrativa e serviços de saúde. Quanto as negativas temos o enfrentamento militar, o que causou um saldo de muitas mortes de africanos. A destruição do sistema produtivo artesanal, em consequência da entrada dos produtos industrializados europeus. As fronteiras agrícolas artificiais, fato marcante na causador da miséria alimentar no continente, mesmo estando entre os maiores produtores agropecuários.
O sistema agrícola africano tinha como tradição a produção familiar, ou seja, atender às necessidades internas do país, da população, da família. Os colonizadores se apropriaram das melhores terras, dos melhores solos, e implantaram o sistema de plantations, o qual tinha e ainda tem como objetivo principal da produção, a exportação. Esse sistema agrícola abrange grandes áreas, (latifúndios), utilizam os melhores solos, técnicas avançadas, modernas, mecanizadas, uma grande produtividade, porém voltada para o mercado externo, para as antigas metrópoles.
Dentre as demais consequências, podemos citar a África como grande produtora e exportadora de alimentos, mas possuidora dos piores índices de fome, desnutrição, pobreza, miséria social, doenças generalizadas.
            Além das consequências negativas citadas acima, temos a questão das fronteiras políticas artificiais, consequência da Conferência de Berlim, pois os colonizadores na hora da partilha do continente em seus escritórios, ignoraram os direitos dos nativos. Povos de mesmo idioma, mesma tribo, mesma família, ficaram separados. Povos com línguas, tradições e costumes diferentes, até mesmo historicamente rivais, foram confinados em um mesmo território. Consequência: após a independência das colônias, as fronteiras foram mantidas, e conflitos étnicos e disputas pelo poder passaram a assolar a África. Inúmeras guerras civis que ainda ocorrem hoje no continente africano é consequência do passado colonial.
            Um outro legado do colonialismo foi o racismo. Das heranças deixadas pelo colonialismo o racismo foi a forma encontrada pelos europeus de justificar a dominação ou a legitimidade da conquista. Passaram a divulgar ideias ou ideologias preconceituosas: intolerância, superioridade do homem branco, inferioridade do colonizado, pois defendiam a tese da missão civilizatória. Criaram um sistema habitacional exclusivo para brancos, comunidades próprias, separadas da população negra. Na África do Sul foi adotado o sistema político do apartheid, o exemplo mais cruel e violento de racismo. Um regime oficial de segregação racial que vigorou até 1994, quando Nelson Mandela foi eleito o primeiro Presidente negro da África do Sul.
Leis do apartheid – Proibição do casamento inter-racial, obrigatoriedade do registro na certidão de nascimento, a proibição ao negro de comprar terra, a proibição de greve para a população negra, a divisão dos serviços público em locais para brancos e locais para negros, a necessidade de o negro portar um “passe”, um documento de identificação que o autorizava a ir e vir e a proibição ao negro de votar.
            A descolonização da África vai ocorrer após o término da Segunda Guerra Mundial, pois os colonizadores estavam enfraquecidos por causa dos desgastes político, econômico e social em virtude do envolvimento com a guerra. Os colonizadores voltaram seu foco para a guerra, deixando de lado as pressões nas colônias, havendo então clima favorável para reagirem e reivindicarem sua independência.

PERCURSO 27 – A POPULAÇÃO, REGIONALIZAÇÃO E ECONOMIA.

Berço da humanidade – As mais antigas evidências da presença do gênero Homo – Região dos Grandes Lagos.
É o segundo continente mais populoso – 2017 – 1.130 milhões de habitantes.
Distribuição da população – mal distribuída.
Maior concentração populacional – vale do rio Nilo: baixo curso do rio Níger.
Litoral: Mediterrâneo, Atlântico e Índico.
Duas aglomerações urbanas – Mais de 10 milhões de habitantes – Cairo, capital do Egito e Lagos, capital da Nigéria.
Regionalização com base no critério étnico ou cultural.
África do Norte – cadeia do Atlas – Norte Magreb – planícies férteis – clima mediterrâneo – densamente povoadas – cultura variadas – cereais, uva, oliveiras, exploração mineral – petróleo.
Ao sul da cadeia do Atlas – deserto do Saara – Petróleo.
É a África Branca, árabe, muçulmana, rica.
África Subsaariana – África negra – multiplicidade de crenças e religiões – islamismo, cristianismo, judaísmo, crenças tradicionais africanas – maiores índices de pobreza – menores IDH do mundo. 60% da População Economicamente Ativa se dedica à agricultura – déficit de alimento gera subnutrição e fome.
Agricultura – distorção.
Plantations – cacau, café, algodão, amendoim, chá, banana, etc – ocupam cerca de 40% da superfície agrícola – melhores terras cultiváveis.
Agricultura de subsistência – terras menos férteis – falta de crédito, assistência técnica – baixa produtividade.
Observação: A oposição entre a agricultura de exportação e a agricultura de subsistência é uma herança do colonialismo que perdura nos dias atuais.

A regionalização com base na economia –
Países com desenvolvimento industrial – África do Sul e Egito.
África do Sul – É o país mais industrializado.
Grande desafio – Enfrentar as heranças do apartheid e construir uma sociedade democrática de base
multiétnica, menos desigual e sem preconceitos, além de erradicar a pobreza.

Países cuja base da economia são os produtos primários – Divide-se em dois subconjuntos: países de economia de base agrária e países de economia de mineral.
Países de economia de base agrária – Agricultura de subsistência e agricultura comercial: Plantation
Subsistência: atender às suas necessidades – produção familiar – características: pequenas e médias propriedades. Técnicas e instrumentos rudimentares.
Plantation – Exportar – Características: introduzida na África pelo colonizador, abastecer de matérias-primas a indústria europeia.
Países exportadores de bens minerais – Inúmeras jazidas de minérios foram descobertas, e sua exploração contribuiu para o desenvolvimento industrial dos países europeus colonialistas.
Dos produtos minerais, um dos maiores destaques continua sendo o petróleo.
Garimpo: praticado em condições dramáticas – Exploração da mão de obra infantil.