O
CONTINENTE AFRICANO
PERCURSO
25 – O MEIO NATURAL
Extensão:
30.216.362 km² - Terceiro maior continente em extensão territorial, superado
apenas pela Ásia e pela a América.
A maior parte do seu território
encontra-se na zona intertropical, ou seja, entre os trópicos de Câncer e
Capricórnio, o que explica o fato de o território africano apresentar elevadas
temperaturas durante o ano todo.
LIMITES
Ao
norte, o mar Mediterrâneo; ao sul, o encontro dos oceanos Atlântico e Índico; a
leste, o mar Vermelho e a oeste, o oceano Atlântico.
O
canal de Suez liga o mar Mediterrâneo ao mar Vermelho. Foi construído pelos
franceses e é considerado um ponto estratégico. O estreito de Gibraltar liga o
oceano Atlântico ao mar Mediterrâneo. Também é considerado um ponto estratégico,
da mesma forma que o Chifre da África, localizado no encontro do oceano Índico
com o mar Vermelho, na costa leste da África, a Nordeste.
O
relevo africano se caracteriza por apresentar-se bastante diversificado:
montanhas, os planaltos, as planícies e as depressões.
Dentre
as montanhas, destacam-se a cadeia do Atlas, ao Noroeste do continente e
Drakensberg, ao Sul do mesmo. Além deles, temos outras unidades, como monte
Quilimanjaro, ponto culminante do continente africano, o Quênia e outros.
Os
planaltos demos o dos Grandes Lagos e da Etiópia. As planícies classificam-se
em litorâneas: Atlântico, Índico e Mediterrâneo. Fluviais (às margens dos
rios): Nilo, Níger, Congo, Zambeze, Limpopo e outros. As depressões destaca-se
as do Hit Filly.
Desertos:
Saara e Kalahari.
Clima:
Em virtude de sua grande extensão no sentido Norte-Sul, o continente africano é
“atravessado” por três paralelos, o implica dizer que o continente apresenta
clima tropical e extratropical.
Equatorial:
na parte central do continente, é quente e úmido, chuvoso durante o ano todo.
Tropical
úmido: ao norte e ao sul do Equador. Tropical semi-úmido. Ao norte do Equador,
localiza-se antes do Tropical úmido. Ao sul do Equador, após o Tropical úmido.
Tropical semiárido e tropical árido (desértico). Temperado: Acima do Trópico de
Câncer, ao Norte, e abaixo do Trópico de Capricórnio, ao Sul. Clima frio de
montanhas, no topo das montanhas.
Vegetação:
A vegetação é um reflexo do clima, portanto, quanto maior a umidade, maior a
biodiversidade: formação vegetal, animal e solo. Classificação quanto o tipo de
clima:
Floresta
equatorial – clima equatorial. Floresta tropical – clima tropical úmido. Savana
– clima tropical semiúmido. Estepes – clima tropical semiárido. Vegetação
desértica – desertos. Vegetação mediterrânea – clima mediterrâneo. Vegetação de
altitude – localizada no topo das elevadas
montanhas.
Hidrografia
– A hidrografia é constituída pelo volume de água encontrado no continente, os
quais são os rios, os lagos e o lençol freático (subsolo).
Principais
rios: Nilo, Zambeze, Limpopo, Orange, Congo, Níger, Senegal, Gâmbia, Volta e
outros.
Principais
lagos: Vitória (nascente do Rio Nilo), ?Albert, Rodolfo, Tanganica, Niassa,
Chade e outros.
Represa
de Assuã – Lago artificial.
PERCURSO
26 – ÁFRICA EO IMPERIALISMO
O
início da apropriação de territórios pelos europeus.
A África já era conhecida pelos
europeus desde a Antiguidade e Idade Média, porém só foi incorporada à
economia-mundo a partir do século XV, através das Grandes Navegações. Um dos
fatores que contribuiu para essa incorporação, foi o comércio de escravos para
o Novo Mundo, a América, em especial para a América do Sul, onde estava sendo
implantado o sistema de colonização de exploração, utilizando-se da mão de obra
escrava negra para a agropecuária e a mineração. Tal sistema durou
aproximadamente quatro séculos, havendo um tráfico negreiro de aproximadamente
10 milhões de escravos, sem levar em consideração os mortos no ato da capitura
no continente e os mortos durante a viagem da África até a América, pois muitos
não resistiam os maus tratos, a fome, a temperatura e outras mazelas.
A
apropriação do território africano pelos colonizadores europeu ocorreu a partir
do século XIX, com o desenvolvimento do Capitalismo Industrial, consequência da
Revolução Industrial e a crescente necessidade de matérias-primas para
sustentar o processo de industrialização.
Para
efetivar a partilha do continente, oficializar, evitar brigas, disputas
constantes por territórios pertencentes a outros colonizadores, realizaram a
Conferência de Berlim, em 1884, onde ficou decido que o direito de posse dos
países europeus sobre o território conquistado na África serias respeitado e
reconhecido pelos demais e cada território ocupado teria uma autoridade representando
o país conquistador. Tal conferência estabeleceu princípios ou regras para
evitar conflitos entre as potencias colonialistas europeias na partilha do
continente. Tudo isso aconteceu dentro de um contexto histórico do sistema
econômico, o Capitalismo Comercial, pois a necessidade de uma maior produção de
mercadorias, para atender uma demanda maior de consumo levou a uma nova fase do
capitalismo comercial, o capitalismo industrial.
A maior produção de produtos, a
invenção de novas máquinas, novas fontes de energia e um novo estilo de vida,
uma produção em grande escala e em série, ficou conhecida como Revolução
Industrial.
Havia
duas formas de apropriação do espaço colonizado, através do controle formal ou
indireto – as feitorias, e através do controle formal ou direto – a
colonização. Qual a diferença básica entre as duas formas? Nas feitorias não há
domínio nem posse. O nativo produz e os comerciantes compram o que foi feito.Já
no sistema de colonização a metrópole domina os nativos, toma posse do território,
torna os nativos escravos ou colaboradores. A metrópole passa ater o domínio e
a posse sobre o território e a população.
O
sistema de colonização implantado na África foi denominado de neocolonialismo,
pois procuraram evitar os erros cometidos na América. Tal sistema trouxe um
grande impacto no espaço geográfico africano, proporcionando consequências
consideradas positivas e outras negativas. Dentre as positivas podemos citar a
implantação de ferrovias, experiência administrativa e serviços de saúde.
Quanto as negativas temos o enfrentamento militar, o que causou um saldo de
muitas mortes de africanos. A destruição do sistema produtivo artesanal, em
consequência da entrada dos produtos industrializados europeus. As fronteiras
agrícolas artificiais, fato marcante na causador da miséria alimentar no
continente, mesmo estando entre os maiores produtores agropecuários.
O
sistema agrícola africano tinha como tradição a produção familiar, ou seja,
atender às necessidades internas do país, da população, da família. Os
colonizadores se apropriaram das melhores terras, dos melhores solos, e
implantaram o sistema de plantations,
o qual tinha e ainda tem como objetivo principal da produção, a exportação.
Esse sistema agrícola abrange grandes áreas, (latifúndios), utilizam os
melhores solos, técnicas avançadas, modernas, mecanizadas, uma grande
produtividade, porém voltada para o mercado externo, para as antigas
metrópoles.
Dentre
as demais consequências, podemos citar a África como grande produtora e
exportadora de alimentos, mas possuidora dos piores índices de fome,
desnutrição, pobreza, miséria social, doenças generalizadas.
Além das consequências negativas
citadas acima, temos a questão das fronteiras políticas artificiais,
consequência da Conferência de Berlim, pois os colonizadores na hora da
partilha do continente em seus escritórios, ignoraram os direitos dos nativos.
Povos de mesmo idioma, mesma tribo, mesma família, ficaram separados. Povos com
línguas, tradições e costumes diferentes, até mesmo historicamente rivais,
foram confinados em um mesmo território. Consequência: após a independência das
colônias, as fronteiras foram mantidas, e conflitos étnicos e disputas pelo
poder passaram a assolar a África. Inúmeras guerras civis que ainda ocorrem
hoje no continente africano é consequência do passado colonial.
Um outro legado do colonialismo foi
o racismo. Das heranças deixadas pelo colonialismo o racismo foi a forma
encontrada pelos europeus de justificar a dominação ou a legitimidade da
conquista. Passaram a divulgar ideias ou ideologias preconceituosas:
intolerância, superioridade do homem branco, inferioridade do colonizado, pois
defendiam a tese da missão civilizatória. Criaram um sistema habitacional
exclusivo para brancos, comunidades próprias, separadas da população negra. Na
África do Sul foi adotado o sistema político do apartheid, o exemplo mais cruel e violento de racismo. Um regime
oficial de segregação racial que vigorou até 1994, quando Nelson Mandela foi
eleito o primeiro Presidente negro da África do Sul.
Leis
do apartheid – Proibição do casamento
inter-racial, obrigatoriedade do registro na certidão de nascimento, a
proibição ao negro de comprar terra, a proibição de greve para a população
negra, a divisão dos serviços público em locais para brancos e locais para
negros, a necessidade de o negro portar um “passe”, um documento de
identificação que o autorizava a ir e vir e a proibição ao negro de votar.
A descolonização da África vai
ocorrer após o término da Segunda Guerra Mundial, pois os colonizadores estavam
enfraquecidos por causa dos desgastes político, econômico e social em virtude
do envolvimento com a guerra. Os colonizadores voltaram seu foco para a guerra,
deixando de lado as pressões nas colônias, havendo então clima favorável para
reagirem e reivindicarem sua independência.
PERCURSO
27 – A POPULAÇÃO, REGIONALIZAÇÃO E ECONOMIA.
Berço
da humanidade – As mais antigas evidências da presença do gênero Homo – Região
dos Grandes Lagos.
É
o segundo continente mais populoso – 2017 – 1.130 milhões de habitantes.
Distribuição
da população – mal distribuída.
Maior
concentração populacional – vale do rio Nilo: baixo curso do rio Níger.
Litoral:
Mediterrâneo, Atlântico e Índico.
Duas
aglomerações urbanas – Mais de 10 milhões de habitantes – Cairo, capital do
Egito e Lagos, capital da Nigéria.
Regionalização
com base no critério étnico ou cultural.
África
do Norte – cadeia do Atlas – Norte Magreb – planícies férteis – clima
mediterrâneo – densamente povoadas – cultura variadas – cereais, uva, oliveiras,
exploração mineral – petróleo.
Ao
sul da cadeia do Atlas – deserto do Saara – Petróleo.
É
a África Branca, árabe, muçulmana, rica.
África
Subsaariana – África negra – multiplicidade de crenças e religiões – islamismo,
cristianismo, judaísmo, crenças tradicionais africanas – maiores índices de
pobreza – menores IDH do mundo. 60% da População Economicamente Ativa se dedica
à agricultura – déficit de alimento gera subnutrição e fome.
Agricultura
– distorção.
Plantations
– cacau, café, algodão, amendoim, chá, banana, etc – ocupam cerca de 40% da
superfície agrícola – melhores terras cultiváveis.
Agricultura
de subsistência – terras menos férteis – falta de crédito, assistência técnica
– baixa produtividade.
Observação:
A oposição entre a agricultura de exportação e a agricultura de subsistência é
uma herança do colonialismo que perdura nos dias atuais.
A
regionalização com base na economia –
Países
com desenvolvimento industrial – África do Sul e Egito.
África
do Sul – É o país mais industrializado.
Grande
desafio – Enfrentar as heranças do apartheid e construir uma sociedade
democrática de base
multiétnica,
menos desigual e sem preconceitos, além de erradicar a pobreza.
Países
cuja base da economia são os produtos primários – Divide-se em dois subconjuntos:
países de economia de base agrária e países de economia de mineral.
Países
de economia de base agrária – Agricultura de subsistência e agricultura
comercial: Plantation
Subsistência:
atender às suas necessidades – produção familiar – características: pequenas e
médias propriedades. Técnicas e instrumentos rudimentares.
Plantation – Exportar –
Características: introduzida na África pelo colonizador, abastecer de
matérias-primas a indústria europeia.
Países
exportadores de bens minerais – Inúmeras jazidas de minérios foram descobertas,
e sua exploração contribuiu para o desenvolvimento industrial dos países
europeus colonialistas.
Dos
produtos minerais, um dos maiores destaques continua sendo o petróleo.
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